Na manhã desta quarta-feira (9/6), diversas entidades ligadas ao serviço público estiveram no anexo II da Câmara dos Deputados para promover um ato contra a Reforma Administrativa, que está em tramitação na Casa. A Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público (Servir Brasil) foi uma das apoiadoras do manifesto contrário à PEC 32, uma iniciativa da Frente Parlamentar Distrital contra a Reforma Administrativa.
O presidente da Servir Brasil, o deputado federal Professor Israel Batista (PV-DF), participou do manifesto e destacou a ausência de informações aos dados utilizados pelo governo federal para a Reforma Administrativa. “Quero dizer que estamos aqui num momento muito importante, em que o Congresso recebe o ministro Paulo Guedes para explicar o erro de cálculo na Reforma Previdenciária. Com a Reforma Administrativa é a mesma coisa. Os deputados e os senadores precisam votar com base em dados, evidências, número e relatórios e a PEC 32 chegou aqui sem os relatórios. Não há um diagnóstico do que precisa ser corrigido no serviço público, nem um relatório orçamentário”, afirmou.
O parlamentar anunciou que, na parte da tarde, a Servir Brasil, ao lado de outras frentes, levará até o presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL), o abaixo assinado que pede o arquivamento da PEC e que conta com mais de 100 mil assinaturas. “Estamos com quase 150 mil assinaturas. Queremos propor emendas e um tempo de discussão real”, completou o deputado federal Rogério Correia (PT-MG), que é coordenador da Frente Parlamentar Mista do Serviço Público.
Diversos outros políticos também estiveram presentes, como Alice Portugal (PCdoB-BA), Juliano Medeiros, presidente do PSol, e Erika Kokay (PT-DF). Representantes das entidades também se manifestaram contra a PEC 32 durante o ato.
Wallace Jaña, diretor do Sind-Justiça do Rio de Janeiro, defendeu que os servidores públicos tiveram que se manifestar nas ruas, mesmo em meio à pandemia, para que o governo entendesse que eles não concordam com a proposta da Reforma Administrativa. “Estamos voltando à luta. A gente só para com a derrubada da PEC 32”, avisou.
Roberto Muniz, presidente do SindGCT, acrescentou que a reforma tem como objetivo o “desmanche do serviço público”, o que acarreta em prejuízos para a sociedade como um todo. “Precisamos levar esse debate para a população e para as ruas. Não é apenas o servidor público que perde, perde o Brasil e a população mais carente”, apontou.